Folia

Folia

“O som tem um poder mediador, hermético: é o elo comunicante do mundo material com o mundo espiritual e invisível”
WISNIK, José Miguel. O som e o sentido. São Paulo: Companhia das Letras. 2002, p. 28.

Toque com a Folia do Divino. 2014. Foto: Bárbara Pereira Mançanares.

A folia já existe a mais ou menos 300 anos. Ela foi fundada em honra ao Divino Espírito Santo. Tem sentido cada verso que é cantado, tem a razão para cantar daquela maneira” (Domingos Donato, integrante da Folia do Divino de São Bartolomeu – Acervo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto).

A folia começa início de junho e ela tem praticamente dois aspectos principais. Um é a disseminação da fé no Divino Espírito Santo, que os foliões saem carregando a bandeira com a pomba simbolizando o Divino, e, outro aspecto, é que ela tem também a função de arrecadar fundos para que essa festa aconteça” (Rogério Costa, integrante da Folia do Divino de São Bartolomeu – Acervo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto)

Ah, são infinitas músicas. Se é uma música para um senhor, pode ser um senhor muito velho, um senhor mais novo. Se é para uma criança… Se é para uma criancinha mais nova, precisa de um anjinho da guarda. Tem a música do festeiro, tem a música do imperador. Tem a música de pedir pousada. Quando a gente lancha ou almoça tem a música de agradecimento” (Pedro Custódio Lopes, morador de São Bartolomeu e integrante da Folia do Divino – Acervo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto).

Toque da Folia do Divino e arrecadação de esmolas. 2014. Foto: Bárbara Pereira Mançanares.

“Quer ver a coisa mais importante que a gente faz? o pessoal dessas comunidades que a gente não tem acesso de ir à missa e à procissão, eles falam para nós assim “Vocês trouxeram o Santíssimo Sacramento para nós. Nós não podemos ir a igreja rezar, mas vocês trouxeram para nós”. Entendeu como? Pra mim isso é muito gratificante. Isso é o que a gente mais ouve na caminhada. O caminho saindo de São Bartolomeu percorrendo todos os passos que há duzentos anos atrás o pessoal percorria, eu percorri. O pessoal encontra a gente nos terreiros ajoelhados, espera nas ladeiras” (Pedro Custódio Lopes, morador de São Bartolomeu e integrante da Folia do Divino – Acervo da Prefeitura Municipal de Ouro Preto).