Saravano tambus: memória do Santana

Saravano tambus: memória do Santana

“Aprendi a cantar, a dançar vendo os mais velhos. Porque quando eu tinha 6 anos, eu ia nas festas de Congado, aí lá tinha o Candombe e eu não sabia o que era. E eu era de uma guarda daqui, da guarda de Santa Efigênia, que cantava igual ao Candombe, mas o toque era diferente. Aí eu falei assim: Deus, você me deu esse dom, estou aqui trabalhando para Nossa Senhora, me dá força para eu conseguir entrar no Candombe. Aí o Capitão David mais o João Nestor me chamou, aí eu fui, cantei e eles acharam bom. E assim estou até hoje, graças a Deus. É importante a gente aprender um pouquinho de tudo, porque o Candombe a gente acha que é para os mais velhos, mas quando a gente entra, a gente vê que os mais velhos estão precisando de nós. Toda vez que eu vou ao Candombe eu consigo aprender mais, por isso que eu gosto muito do Candombe. O Candombe para mim é uma escola da vida.

(Weliton, candombeiro mirim).

Foi dado o nome de Candombe a este grupo de tambus. Então o grupo do Candombe ficou formado por 3 tambus e uma puíta. Com o passar dos tempos os candombeiros resolveram acrescentar mais um tambu e deu-lhe o nome de Santa Maria, e fizeram dois cestinhos fechados com o fundo de casco de jabuti e com pedrinhas dentro para dar um som de chocalho e os deu o nome de guaiás. Então o Candombe ficou composto assim:

Puíta
Santana, homenagem a Mãe de N.
Senhora.
Santa Maria, homenagem a Nossa
Senhora.
Chama, Era tocado para reunir os
Candombes.
Crivo, para harmonizar o ritmo.
1º guaiá: instrumento de trabalho
do capitão.
2º guaiá: circula entre os
candombeiros que se apresentam
para dançar.

(Manuscritos do Capitão David).