Camila Similhana
Raul Lanari
DENÚNCIA: O LASTIMÁVEL ESTADO DAS CADEIAS MINEIRAS
Mesmo com a mudança para o regime republicano, os problemas se repetem
Em meio a um cenário de expansão da criminalidade no decorrer da Primeira República (1889-1930), apenas uma pequena parcela dos encarcerados era posteriormente transferida para uma instituição prisional de maior porte.
Isso se dava tanto pela ausência de um presídio propriamente dito quanto por deficiências da justiça da época (processos que não caminhavam nem cujas decisões eram comunicadas adequadas aos réus, por exemplo), bem como devido às dificuldades de acesso às cadeias das localidades mais distantes (e, desse modo, problemas em relação ao deslocamento que garantisse uma transferência segura, sem a possibilidade de fugas, por exemplo)
.Por conta dos motivos expostos, o preso permanecia um período muito maior do que o previsto nas cadeias do interior do estado, em espaços completamente inapropriados para essa finalidade, convivendo com todo tipo de restrições.
A imagem acima, disponibilizada pelo Arquivo Público Mineiro, mas sem data, local ou autoria., é bastante sintomática em relação a esse cenário. Um dos resultados do cenário exposto é o abarrotamento das cadeias locais, onde suspeitos, condenados e até inocentes permaneciam em condições degradantes por conta de um sistema punitivo profundamente desumano.
ESCÂNDALOS EM DIAMANTINA
CIGANOS DETIDOS
Família de ciganos apreendida em Januária
Em Januária, em data não especificada, mas certamente referente localizada entre fins do século XIX e primeiros anos do século XX – por ter sido este o período com mais relatos da presença cigana no estado mineiro- foi atuada a família acima. Na descrição associada à foto, constam acusações referentes aos artigos 303 e 304 do Código Penal, ambos atinentes à prática de lesões corporais supostamente associadas aos elementos acima formada por Alexandre Theodoro Miplos e Philomena Schumaken.