Camila Similhana
Raul Lanari
Durante muito tempo a penitenciária em questão foi tida como modelo de penitenciária no Brasil para a recuperação dos detentos por meio do trabalho. Está localizada atualmente ao final do município de Ribeirão das Neves, próxima de Belo Horizonte, mas no período da construção era considerado um lugar distante.
REFERÊNCIA
Interessante perceber que as imagens disponíveis junto ao Arquivo Público Mineiro contemplam a arquitetura penitenciária e a presença de autoridades no decorrer da construção, mas não foram obtidas fotos sobre o interior da instituição e menos ainda dos internos que a ocuparam. Frente a essa lacuna, cabe perguntar: seria, de fato, a penitenciária agrícola de Ribeirão das Neves um modelo prisional propriamente dito?
Penitenciária Agrícola
PENITENCIÁRIA DE OURO PRETO BUSCA MELHORIAS
Com o passar dos séculos, e sobretudo nas décadas finais do período imperial, a Casa de Câmara e Cadeia continuou a produzir extensa documentação a respeito do público carcerário, mas segundo as fontes analisadas, perdeu protagonismo como instituição prisional.
No início do século XX, mais precisamente em 1907, o então governador João Pinheiro promoveu adaptações no prédio para transformá-lo em penitenciária estadual, como a colocação de assoalhos de madeira no piso térreo e a inserção de um avarandado quadrangular, para o qual se abriam, em torno, as salas que têm vista para o pátio. Tal mudança impacta a forma como o imóvel é descrito nas fontes, que passam a usar o termo “Penitenciário de Ouro Preto” em lugar de Casa de Câmara e Cadeia, tal como anteriormente.
Aparentemente a ideia indica a necessidade de refletir uma noção de avanço em termos de política prisional, o que transforma inclusive o conteúdo das fotos, que passam a incluir os detidos em situações de trabalho, sala de aula e também no pátio, talvez com a provável sugestão de que estavam em franco processo de regeneração.
Prisão de Ouro Preto
Com a construção da Penitenciária Agrícola de Neves, em meio às proximidades de Belo Horizonte, a antiga Casa de Câmara e Cadeia foi doada à União, por meio do Decreto-lei de 2 de dezembro de 1938. Em 20 de dezembro do mesmo ano, foi criado o Museu da Inconfidência, sob a coordenação do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional.