Etarismo: Pelo direito de envelhecer
Co-criação de retratos por mulheres que vivenciam um processo de transformação do envelhecimento e que, a partir de um olhar próprio, relatam experiências, percepções e representações do social, especialmente no contexto de pandemia com isolamento social.
Natural do Vale do Aço, a fotógrafa Dani Dornelas de 32 anos, busca desde uma perspectiva diversa, expressar através de sua arte as emoções de seus encontros, afetos e experiências. É neste marco que Dani Dornelas apresenta seu projeto “Pelo direito de envelhecer”, com um ensaio fotográfico que busca evidenciar o etarismo, conceito referente à discriminação etária que marginaliza e prejudica a qualidade de vida das pessoas, principalmente das mulheres. Com a apresentação de retratos de mulheres e seus relatos narrativos particulares, o projeto pretende discutir o direito de envelhecer,considerando fatores fortemente imbricados com a questão de gênero, como os padrões de beleza e as determinações sociais sexistas. Através de uma direção áudio visual, o projeto pretende contribuir com o debate sobre padrões de beleza, sobrecarga do trabalho de cuidados, comportamentos pré estabelecidos como socialmente aceitáveis em relação à velhice e ao feminino. O trabalho tem como objetivo destacar que o processo de envelhecimento do corpo é peculiar à individualidade de cada sujeito, entretanto, as experiências subjetivas são marcadas pelos fatores determinados pelo contexto cultural, social, político e econômico.Ao serem fotografadas de forma natural, abrindo mão da utilização de recursos de edição de imagem,as mulheres expressam seus objetos de interesse, traumas e autoconfiança, proclamando um manifesto de liberdade pelo direito de envelhecer em paz. O registro fotográfico e áudio visual deste trabalho evidenciam a beleza de corpos que trazem marcas da expectativa do controle social, dos trabalhos de cuidados, revelando ser social e sexualidade no atravessamento do processo do envelhecimento feminino.