Famílias de Ingomas
A expressão “famílias de ingomas” tem como aporte considerar a relação que é mantida entre as comunidades praticantes e os seus antepassados africanos, que transmitiram a tradição sob a continuidade de uma linhagem, sustentada na dinâmica do sistema dos Reinados e de grupos relacionados a este sistema.
Essa genealogia não se restringe aos laços de consanguinidade, mas enaltece também as ligações de “Irmandade” que se fundamentam na descendência de povos oriundos das Áfricas negras no Brasil. A perspectiva que traçamos para se conceber o conceito de família tem como característica principal a fundamentação filosófica de relação de culto e descendência com os Pretinhos do Rosário, ou seja, com os africanos que aqui chegaram. Portanto, é a ancestralidade que une os vários ternos de Candombe, assim como outras tradições de ingomas, expressadas, por exemplo, no momento da contação das narrações fundacionais.
Mesmo com a variedade de corpos instrumentais, é a filiação com esses antepassados e/ou Pretinhos do Rosário que vai garantir o parentesco de Irmandade dos adeptos das famílias de ingomas – no caso, dos Candombes –, em qualquer lugar em que eles transitem em Minas Gerais.